Karol Assunção, via Adital
Pela 20ª vez, o bloqueio a Cuba foi tema de votação na Assembleia Geral
da Organização das Nações Unidas (ONU). Como nas edições anteriores, os participantes
da Assembleia rechaçaram o bloqueio econômico, comercial e financeiro promovido
pelos Estados Unidos contra a nação cubana. A votação terminou na tarde da
terça-feira, dia 25, com 186 votos a favor do desbloqueio, dois contra e três abstenções.
A votação contou com 191 das 193 nações que fazem parte do organismo internacional.
Assim como a realizada no ano passado, os dois votos negativos foram dos Estados
Unidos e de Israel. Ilhas Marshall, Micronésia e Palau se abstiveram e Suécia e
Líbia não participaram da votação.
Esta foi a 20ª votação – terceira na gestão do mandatário estadunidense
Barack Obama – realizada nas Nações Unidas sobre o bloqueio estadunidense a Cuba.
A primeira, segundo informações de Telesur, ocorreu em 1992, quando 59 países votaram
a favor do desbloqueio, três contra e 71 se abstiveram. De lá para cá, as votações
se repetiram, com rechaço cada vez maior ao bloqueio.
De acordo com um informe apresentado pelo Ministério das Relações Exteriores
de Cuba à Assembleia da ONU por ocasião da votação, o bloqueio estadunidense causou,
até 2010, um prejuízo econômico por volta de US$975 bilhões à Ilha. Segundo o relatório
cubano, apesar de algumas medidas positivas promovidas pelos Estados Unidos, o bloqueio
permanece.
“Apesar da retórica oficial que pretende convencer a opinião pública internacional
de que o atual Governo norte-americano tem introduzido uma política de mudanças
positivas, Cuba continua também sem poder comercializar com subsidiárias de empresas
norte-americanas em países terceiros e os empresários de nações terceiras interessados
em investir em Cuba são sistematicamente ameaçados e incluídos em listas negras”,
destaca o informe.
Além disso, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba revela que o país
continua sem poder exportar e importar produtos e serviços dos Estados Unidos, assim
como não pode utilizar o dólar norte-americano em negócios internacionais ou possuir
contas com essa moeda em bancos de outros países. O documento cubano ainda lembra
que o país não tem acesso a créditos de bancos estadunidenses nem de instituições
financeiras internacionais.
“O bloqueio viola o direito internacional, é contrário aos propósitos e
princípios da Carta das Nações Unidas e constitui uma transgressão ao direito à
paz, ao desenvolvimento e à segurança de um Estado soberano. É, em sua essência
e objetivos, um ato de agressão unilateral e uma ameaça permanente contra a estabilidade
de um país. O bloqueio constitui uma violação massiva, flagrante e sistemática dos
direitos humanos de todo um povo. Viola também os direitos constitucionais do povo
norte-americano, ao infringir sua liberdade de viajar a Cuba. Viola, ademais, os
direitos soberanos de muitos outros Estados por seu caráter extraterritorial”, ressalta.
Para ler o relatório completo, clique
aqui.
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