Via Vermelho
Em reunião realizada entre os dias 16 e 17 de outubro, em Bruxelas, na Bélgica,
o Secretariado do Conselho Mundial da Paz (CMP) aprovou a confecção de uma carta
endereçada ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pedindo a libertação
dos Cinco patriotas cubanos que foram presos injustamente naquele país. Em entrevista
concedida ao Vermelho, a presidente do CMP e do Centro Brasileiro de Solidariedade
aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Socorro Gomes, esclarece a importância dessa
luta.
Socorro lembra que os cubanos detidos nos EUA, na verdade são heróis que
lutavam para impedir os diversos atentados terroristas executados por anticubanos
erradicados em Miami. Estes
atentados vão desde a explosão de um avião que partia de Barbados, que provocou
a morte de mais de 70 pessoas, até o lançamento de bactérias contra a ilha caribenha.
“O governo cubano encaminhou ao presidente Bill Clinton, através do grande escritor
Gabriel García Marques [os dossiês com as
denúncias que desmantelavam a rede]. Só que o governo estadunidense em vez de
prender os terroristas e desmontar as redes, prendeu os patriotas cubanos”. Eles
foram julgados em Miami, “que é um antro anticubano e, em um clima de ódio, condenaram,
de forma injusta, sem nenhuma prova, os patriotas cubanos a prisões que vão até
2 perpétuas e 15 anos”.
Ela destaca, no entanto, o caso de René González, que foi libertado em outubro,
mas deverá permanecer mais três anos nos Estados Unidos, sob liberdade vigiada.
“Ele corre risco de morte neste país”, alerta.
Paz e soberania
A medida faz parte das diretrizes do Conselho Mundial da Paz, que luta pela
defesa da paz e da soberania dos países, das nações, como explicou Socorro. A presidente
ressaltou ainda a importância dessa luta: “a libertação dos antiterroristas é fundamental
para o estabelecimento do respeito entre as nações e para cessar as hostilidades
e esse clima de ódio contra Cuba, que nunca atacou nenhum país”.
Fim do bloqueio e aprovação Palestina
Outras diretrizes abordadas pelo Conselho Mundial da Paz foram: o fim do
bloqueio imposto pelos Estados Unidos contra Cuba e a defesa da criação imediata
do Estado Palestino: “O que acontece com o Estado da Palestina há décadas, é um
crime, uma ignomínia do Estado sionista de Israel contra o direito, inclusive determinado
pela ONU, de criação do Estado da Palestina. Israel continua com a política de genocídio,
de apartheid, de colonato e de militarização. O governo de Israel se transformou
em um Estado
fascista. Para nós, essa também é uma questão de justiça”, frisou Socorro.
Carta
Leia a íntegra da carta endereçada a Obama:
São Paulo, 24 de outubro de 2011
Excelentíssimo Senhor Barack Obama
Presidente dos Estados Unidos da América.
Senhor presidente Barack Obama,
No último dia 12 de setembro de 2011, completaram-se 13 anos da prisão nos
EUA, de forma injusta e sem comprovação de culpabilidade, de cinco cubanos lutadores
antiterroristas. Seu julgamento realizou-se em um tribunal parcial e acompanhado
por uma campanha midiática preconceituosa que os buscava incriminar.
Durante o período de suas detenções, inúmeras violações aos direitos humanos
têm sido sistematicamente cometidas: negação do recebimento de visita de seus familiares,
dificuldades para o contato com seus advogados, além do submetimento a longos períodos
de isolamento, prejudicando a saúde física e mental dos mesmos.
Um desses patriotas cubanos, René Gonzalez, saiu da prisão em 7 de outubro
último, mas uma decisão judicial o obriga a permanecer na cidade de Miami, sob liberdade
supervisionada, durante três anos, correndo sério risco de ser atingido por atentados
de grupos terroristas anticubanos que se abrigam naquela cidade.
Diante da gravidade dos fatos acima descritos, vimos por meio desta manifestar
nosso integral apoio à exigência do povo cubano e dos movimentos de solidariedade
que em todo o mundo clamam pela libertação, sem condicionamentos, desses cubanos
que só defenderam seu país de atos de terror, dando fim a esta enorme injustiça
que se prolonga por 13 anos.
Acreditamos que Vossa Excelência pode usar as prerrogativas constitucionais
de presidente da República dos Estados Unidos da América para satisfazer tal exigência
legítima.
No caso particular de René González, associamos nossa voz à de todos os
homens e mulheres amantes da paz e da justiça, que clamam por seu imediato regresso
a Cuba.
Atenciosamente,
Socorro Gomes
Presidente do Conselho Mundial
da Paz (CMP)
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