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Presidente de Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, mostra cópia de pedido de adesão à ONU em setembro |
Via Folha
on-line
A Unesco, agência cultural da ONU
(Organização das Nações Unidas), decidiu na segunda-feira, dia 31, admitir a entrada
da Palestina como membro total no órgão, mesmo com opositores afirmando que isso
poderia ameaçar os esforços de paz na região.
“A Conferência Geral decidiu pela
admissão da Palestina como membro de pleno direito na Unesco”, anunciou a secretária-geral
da 36ª Conferência.
A resolução foi aprovada com 107 votos
a favor e 52 abstenções. Foram contra 14 membros, entre eles Estados Unidos, Israel,
Canadá e Alemanha. O Reino Unido se absteve da votação. Brasil, Rússia, China, Índia,
África do Sul e França votaram a favor.
“Esta votação vai apagar uma pequena
parte da injustiça cometida contra o povo palestino”, afirmou o ministro das Relações
Exteriores palestino, Riyad al-Malki.
Para conceder o status de estado-membro
à Palestina, a Unesco necessitava do voto afirmativo de dois terços dos 193 países
representados na votação.
A condição anterior dos palestinos
era de membro observador. A solicitação de mudança de status é parte da batalha
diplomática empreendida pelo povo árabe para que sejam reconhecidos como Estado,
o que culminaria em sua tentativa de ingressar na ONU.
A agência é a primeira da organização
em que os palestinos buscaram integração como membro total desde que o presidente
da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, entrou com o pedido de assento
na ONU, em 23 de setembro.
Os EUA já disseram que vetariam a
reivindicação palestina na ONU e também são os principais opositores, com Israel,
aos pedidos de que os palestinos sejam membros totais de outros órgãos.
A admissão representa uma vitória
moral aos palestinos na tentativa de obter a condição de membro pleno da ONU, mas
pode ter um grande custo para a Unesco.
Dentro da lei norte-americana, a entrada
dos palestinos na Unesco levaria a um corte no financiamento proveniente dos EUA,
cuja contribuição representa 22% da verba total da agência, e a secretária de Estado
estadunidense, Hillary Clinton, havia alertado no início do mês que a contribuição
poderia ser suspensa.
“Eu incitaria o conselho executivo
da Unesco a repensar antes de prosseguir com esse voto, porque a decisão sobre o
status [da Palestina] precisa ser tomada nas Nações Unidas e não em um de seus grupos
auxiliares”, disse Hillary na ocasião.
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