As suspeitas em torno da
movimentação da blogueira mercenária cubana às vésperas da ida de Dilma a
Havana.
Hélio Doyle, via Brasil
247
Com a aproximação da viagem da
presidente Dilma Rousseff a Havana, volta à cena a blogueira Yoani Sanchez,
hoje a mais conhecida opositora da revolução vitoriosa em 1959 e do sistema
socialista que vigora em Cuba desde 1961. Yoani, ao contrário de outros
opositores residentes em Cuba, não lidera um grupo político, mas dispõe de um
blog que é traduzido em 18 línguas. Ela gravou um vídeo pedindo à presidente
Dilma que interceda para que o governo cubano lhe dê autorização para vir ao
Brasil. E o senador petista Eduardo Suplicy tem feito gestões públicas para a
blogueira possa vir à Bahia para o lançamento de um documentário em que é
personagem.
No Itamaraty, não oficialmente, há a suspeita de que a movimentação em torno da
vinda de Yoani está sendo feita por setores interessados em prejudicar a
visita de Dilma a Raul Castro, colocando-se na pauta da mídia um tema político que possa constranger os
cubanos e reduzir o impacto dos pontos econômicos e comerciais da viagem. E
Suplicy faz seu papel porque quer aparecer na mídia. É possível, pois qualquer
um que conhece o jeito cubano de enfrentar situações adversas sabe que esse
tipo de pressão é o mais contraproducente possível caso o objetivo fosse
realmente trazer Yoani à Bahia.
Para o governo cubano, Yoani,
jovem, bonita e fluente, é sustentada financeiramente pelos Estados Unidos para
ser a mais influente opositora do regime, utilizando-se das redes sociais para
disseminar pelo mundo posições contrárias ao regime – embora, em Cuba, sua
repercussão seja quase nula. Uma das maneiras de remunerá-la, segundo os
cubanos, é a concessão de prêmios patrocinados por instituições contrárias a
Cuba. O embaixador de Cuba em Brasília, Carlos Zamora, assegura que
oficialmente não foi apresentado ao consulado o documento básico para iniciar
os trâmites para a viagem: uma carta-convite formal a Yoani.
O presidente cubano Raul Castro
já anunciou, em diversas ocasiões, que haverá mudanças na legislação que regula
as viagens de cubanos ao exterior, abrandando-se as exigências. O tema, porém,
está associado a outra questão delicada: a política dos Estados Unidos em
relação à imigração de cubanos para aquele país. Cuba acusa os Estados Unidos
de negarem vistos de entrada a cubanos, ao mesmo tempo em que os incentivam a
sair ilegalmente do país.
Em 2010, Yoani deu uma entrevista
ao jornalista francês Salim Lamrani, que conhece bem a história e a situação de
Cuba. É na verdade um diálogo dele com a blogueira, em que ela se vê contestada
e acaba caindo em contradições e demonstrando desconhecimento sobre questões
simples. A propósito, as fotos sobre o alegado sequestro de Yoani nunca foram
mostradas.
Clique
aqui para ler a íntegra da entrevista e cada um faça seu juízo.
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