Presidente equatoriano evitou
críticas mais diretas aos EUA, mas afirmou que não pode “aceitar que um país
exclua o outro”.
Via Opera
Mundi
O presidente do Equador, Rafael
Correa, anunciou na quinta-feira, dia 15, que não irá participar da Cúpula das
Américas que será realizada em Cartagena, na Colômbia, nos dias 14 e 15 de
abril. Apesar de ser a primeira desistência oficial de um chefe de Estado, o
evento deverá perder ainda mais força caso os países da Aliança Bolivariana dos
Povos da Nossa América (Alba) também rejeitem a cúpula pela ausência de Cuba.
A ida de Cuba foi barrada pelos
EUA, que alegam que só devem participar da cúpula os líderes “eleitos
democraticamente”. A orientação foi aprovada em 2001. Em entrevista coletiva
durante visita à Turquia, Correa questionou a ausência de Cuba no encontro.
“Se organiza uma cúpula para os
países latino-americanos, mas se exclui um país latino-americano? Cuba não pode
participar por causa do boicote norte-americano”, afirmou o presidente.
Correa evitou críticas mais
diretas aos EUA, mas afirmou que não pode “aceitar que um país exclua o outro”.
Segundo ele, os debates realizados “nestas cúpulas”, não tratam “dos problemas
dos povos latino-americanos”.
“Nestas reuniões se fazem todos
os tipos de declarações sobre democracia, mas nunca se fala da verdadeira
democracia. Tudo são palavras que nunca se transformam em fatos”, criticou o
equatoriano, que citou outras questões que deveriam ser debatidas no encontro,
como o embargo dos EUA a Cuba e a ocupação britânica das Ilhas Malvinas. “Mas
eles nunca são debatidos nestas reuniões”, destacou.
Os países que formam a Alba – Venezuela,
Bolívia, Nicarágua, São Vicente, Granadinas, Dominica e Antigua e Barbuda –
ainda não se posicionaram oficialmente, mas ameaçam não participar do encontro.
Os norte-americanos foram os únicos que se mostraram contrários à participação de
Cuba no evento.
A primeira edição da Cúpula das
Américas foi realizada em 1994 e contou com a presença de todos os 34 países
membros da Organização dos Estados Americanos (OEA), à exceção de Cuba.
Os cubanos foram suspensos da
Organização em 1962, por imposição norte-americana. O veto, no entanto, foi
abolido em 2009. Apesar disso, o país não demonstrou interesse em se reintegrar
à OEA.
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