Via El Nuevo Herald
O Brasil ratificou na semana passada
seu apoio à modernização econômica de Cuba durante a visita à Ilha de seu
ministro de Desenvolvimento, Fernando Pimentel, que se reuniu com o presidente
Raul Castro e conheceu pessoalmente o milionário projeto para ampliar o porto
de Mariel com inversão brasileira.
“Aqui se está fazendo um grande
esforço, que não é fácil, de atualizar o modelo e trazer mudanças que eles
mesmos reconhecem ser necessárias para estimular a economia e o Brasil busca
ajudar em todo esse esforço de modernização”, disse hoje numa entrevista à
agência Efe o embaixador brasileiro em Havana, José Felício.
Segundo o diplomata, durante a
visita de Pimentel, as partes expressaram também sua intenção de estabelecer um
programa de cooperação na área econômico-comercial para os próximos quatro ou cinco
anos em setores como saúde e agricultura.
Entre os campos explorados estão
o envio de médicos cubanos a zonas remotas do Brasil e a transferência de
tecnologia por parte de Cuba para a produção de medicamentos que não se
produzem na nação sul-americana.
Em troca, os brasileiros podem
oferecer assessoramento na rotação dos cultivos de milho e soja e na gestão do
açúcar com cogeração de energia, entre outros campos.
“Toda a América Latina tem juma
posição unânime em relação ao bloqueio dos Estados Unidos a Cuba e a maneira de
ajudara reduzir os prejuízos desse bloqueio é com apoio econômico e
financeiro”, argumentou Felício.
O ministro Pimentel deu
seguimento à agenda marcada em janeiro passado pela presidenta Dilma Rousseff
em sua primeira visita ao país caribenho.
A ampliação do terminal portuário
de Mariel gerará 3.600 empregos diretos e 1960 indiretos e é considerada pelas autoridades
de Cuba como uma “obra emblemática” da colaboração bilateral.
O Brasil tem comprometido nesse
projeto US$682 milhões dos US$957 milhões totais do investimento global. A obra
é realizada pela construtora brasileira Odebrecht por meio de uma subsidiária
cubana e sua conclusão está prevista para 2013.
A iniciativa vai mais além da
mera construção do porto cujo regime de funcionamento está sendo definido
atualmente em Havana.
O objetivo, ademais de dar a Cuba
uma moderna porta de saída marítima, é que indústrias brasileiras se instalem
na Ilha, produzam seus bens ali, aproveitando as vantagens que a mão de obra
qualificada local oferece, e em seguida os exportem.
Também se analisa incorporar ao
projeto um aspecto logístico, que poderia estabelecer em Mariel um centro de
recepção de mercadorias em que se melhorasse seu conteúdo e apresentação com
vistas a vendê-las para outros mercados.
O porto será um hub (centronevrálgico) muito importante
para receber barcos grandes, ou do Atlântico, ou que venham pelo Canal do
Panamá e que a partir de Cuba possam reexportar para o Caribe e eventualmente
para os Estados Unidos se o bloqueio em algum momento acabe.
Apesar de construí-lo o Brasil
não o administrará. A tarefa recairá em mãos da empresa Singapur PSA, que “por
sua experiência reúne condições de trazer carga à Ilha e poder levá-la à
América Central” explicou o diplomata.
Prevê-se que a ampliação de
Mariel permita, outrossim, que o porto comercial de Havana se dedique
exclusivamente ao turismo de cruzeiros.
O intercâmbio comercial entre
Brasil e Cuba chegou em 2011 à cifra recorde de US$560 milhões, dos quais
apenas US$96 milhões correspondem a exportações cubanas.
Texto enviado por e-mail
por Max Altman
Parabéns, precisamos ampliar as parcerias com os países da América Latina.
ResponderExcluirAlguém avisou Fernando Pimentel que ele é Ministro do Desenvolvimento do Brasil e não de Cuba?
ResponderExcluirObras similares não deveriam ter sido feitas no Porto de Santos, lá no Brasil?