O governo conquistou o importante Estado petrolífero de Zulia, enquanto
Capriles foi reeleito em Miranda.
Via Opera
Mundi
Com uma vitória ampla do chavismo sobre a oposição nas eleições regionais
de domingo, dia 16, o novo mapa político venezuelano favorece o processo revolucionário
empreendido pelo presidente Hugo Chavez. Após perder em sete Estados em 2008, o
governo ganhou em 20 dos 23, de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do
país. A abstenção foi alta, de quase 54%.
“O mapa da Venezuela está pintado de vermelho”, afirmou o Jorge Rodríguez,
chefe do comando de campanha do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela). “Pela
força do povo, cinco governos que estavam nas mãos da oposição foram resgatados
para a gestão de Chavez”, completou. O secretário-executivo da aliança opositora
MUD (Mesa de Unidade Democrática), Ramón Guillermo Aveledo, disse que os resultados
não são satisfatórios, “porque perdemos em alguns Estados”, mas falou que ficou
demonstrado “que esse povo não se deixa ser influenciado, não se dá por vencido,
não se rende a ninguém”.
Os candidatos do PSUV recuperaram os governos de três importantes Estados:
Zulia, o mais rico do país – produz dois terços do petróleo da Venezuela – e maior
zona eleitoral; Carabobo, onde está localizada grande parte dos centros industriais
do país, principalmente petroquímico e Táchira, localizado na fronteira com a Colômbia
e antes conhecido por ter um forte antichavismo. Os outros dois foram Nova Esparta
e Monagas.
A oposição conquistou novamente o importante Estado de Miranda, com Henrique
Capriles, candidato na eleição presidencial, derrotando por 52,02% o ex-vice-presidente
Elias Jaua (47,62%). Em Lara, foi reeleito Henri Falcón (56,23%), dissidente chavista,
que duelava contra Luis Reyes Reyes (43,50%), ex-governador e um dos maiores aliados
de Chavez. Em Amazonas, o candidato da MUD Liborio Guarulla bateu Nicia Maldonado
do PSUV.
“É uma vitória gigantesca para o governo, porque consegue os governos de
Estados estratégicos, como Zulia, pelo petróleo, Carabobo, pelas indústrias e Táchira,
pelo aspecto da problemática fronteira”, afirmou a Opera Mundi o analista político
venezuelano Alberto Aranguibel. “Por sua vez, as conquistas da oposição, principalmente
em Miranda, comprovam que a Venezuela não é uma ditadura e sim uma democracia ampla
e profunda”, completou.
Antes do anúncio, em 8 de dezembro, de que o câncer do presidente havia
voltado, o pleito já era visto como crucial pelo chavismo e pela oposição. Se por
um lado a oposição desejava manter os Estados onde governava e conquistar outros
mais para fazer frente ao presidente, o governo apostava na reconfiguração da geografia
eleitoral para impulsionar o projeto político da chamada “Revolução Bolivariana”.
Após a cirurgia de Chavez e
a incerteza com relação à sua saúde, o significado dos resultados se tornou ainda
mais importante. “O processo em curso na Venezuela não acontece por causa das eleições,
mas é corroborado pelo voto”, disse Aranguibel, para quem a conquista da grande
maioria dos governos pelo chavismo representa um avanço no projeto chavista.
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