
Filho de pai espanhol e mãe natural das Ilhas Canárias, José Martí é considerado
o apóstolo e o grande mártir da Independência de Cuba em relação à Espanha. Além
de poeta e pensador fecundo, desde sua mocidade demonstrou sua inquietude cívica
e sua simpatia pelas ideias revolucionárias que gestavam entre os cubanos.
Influenciado pelas ideias de independência de Rafael Maria de Mendive, seu
mestre na escola secundária de Havana, inicia sua participação política escrevendo
e distribuindo jornais com conteúdo separatista no início da Guerra dos Dez Anos.
Com a prisão e deportação de seu mestre Mendive, cristaliza-se a atitude de rebeldia
que Martí nutria contra a dominação espanhola.
Em 1869, com apenas 16 anos, publica uma folha impressa separatista, El Diablo Cojuelo e o primeiro e único número
da revista La Patria Libre. No mesmo ano
passa a distribuir um periódico manuscrito intitulado El Siboney. Pouco depois é preso e processado pelo governo espanhol
por estar de posse de papéis considerados revolucionários. É condenado a seis anos
de trabalhos forçados, mas passa somente seis meses na prisão até que, em 1871,
com a saúde debilitada, sua família consegue um indulto e obtém a permuta da pena
original pela deportação à Espanha. Na Espanha, Martí publica, naquele mesmo ano,
seu primeiro trabalho de importância: El Presidio
Político en Cuba, no qual expõe as crueldades e os horrores vividos no período
em que esteve na prisão em Cuba. Nesta obra já se encontrariam presentes o idealismo
e o estilo vigoroso que tornariam Martí conhecido nos círculos intelectuais de sua
época. Mais tarde dedica-se ao estudo do Direito, obtendo o doutorado em Leis, Filosofia
e Letras da Universidade de Zaragoza em 1874.
Em 19 de maio de 1895, no comando de um pequeno contingente de patriotas
cubanos, após um encontro inesperado com tropas espanholas nas proximidades do vilarejo
de Dos Ríos, José Martí é atingido e vem a falecer em seguida. Seu corpo, mutilado
pelos soldados espanhóis, é exibido à população e posteriormente sepultado na cidade
de Santiago de Cuba, em 27 de maio do mesmo ano.
Para Martí, a luta deveria ser uma verdadeira transformação cubana em todos
os aspectos: econômico, político e social. Os ideais de Martí, junto com o marxismo-leninismo,
guiam a política de Cuba até hoje.
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