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O chanceler Bruno Rodriguez condenou a inclusão de Cuba em lista dos EUA de patrocinadores do terrorismo. |
Departamento de Estado mantém Cuba, assim como Irã, Sudão e Síria, na lista
de países que patrocinam o terrorismo.
Via Opera
Mundi
O governo de Cuba criticou na quinta-feira, dia 30/05, a inclusão por mais
um ano na lista de países patrocinadores do terrorismo elaborada pelos Estados Unidos
– o país aparece no documento desde 1992. Além disso, Havana pediu o fim de uma
acusação “injusta” e “arbitrária”, cujo único objetivo é justificar o bloqueio norte-americano
sobre a Ilha.
“Esta decisão vergonhosa foi tomada faltando de maneira deliberada com a
verdade e ignorando o amplo consenso e a exigência explícita de vários setores da
sociedade norte-americana e da comunidade internacional para que se ponha fim a
essa injustiça”, afirmou a nota do Ministério das Relações Exteriores cubano
assinada por Bruno Rodriguez.
Após rejeitar “energicamente a utilização com fins políticos de um assunto
tão sensível como o terrorismo internacional”, Cuba reivindica que “se ponha fim
a esta designação vergonhosa que ofende o povo cubano, tem como único objetivo tentar
justificar o bloqueio anacrônico e cruel contra Cuba e desacredita o próprio governo
dos EUA”.
Em seu relatório anual, o Departamento de Estado norte-americano mantêm
Cuba, assim como Irã, Sudão e Síria, na lista de países que patrocinam o terrorismo.
Washington afirma que Havana “continua proporcionando refúgio a vários membros da
ETA” e “em anos passados” permitiu que guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia) se refugiassem na ilha ou transitassem por ela com destino a outros
países.
Cuba novamente rebateu as acusações, declarando que seu território “nunca
foi e nunca será utilizado para abrigar terroristas de nenhuma origem, nem para
organizar, financiar ou perpetrar atos de terrorismo contra nenhum país do mundo,
incluindo os EUA”. Em relação às Farc, Havana classifica de “absurda” a acusação
dos EUA e lembra que Cuba está atuando como mediador dos diálogos de paz entre o
governo de Juan Manuel Santos e a guerrilha.
Especificamente sobre o caso dos membros da ETA na ilha mencionados pelo
relatório norte-americano, Cuba diz reprovar os EUA por desconhecerem que esses
casos correspondem a “uma solicitação dos governos envolvidos na situação”. Já em
relação à acusação de oferecer refúgio a fugitivos procurados nos EUA, a nação caribenha
respondeu que nenhum deles foi acusado de terrorismo.
Uma das asiladas políticas mais
famosas é a ativista Assata Shakur, do Partido Pantera Negra, que vive na ilha desde
1984. “Cuba sofreu durante décadas as consequências de atos terroristas organizados,
financiados e executados a partir do território dos EUA, com um saldo de 3.478 mortos
e 2.099 incapacitados”, lembrou a declaração. O governo cubano sustentou ainda que,
desde 2002, propôs aos EUA a adoção de um acordo bilateral para enfrentar o terrorismo,
oferta que reiterou em 2012, sem ter recebido qualquer resposta.
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