Antonio Capistrano, via Vermelho
Tenho
por Fidel Castro uma grande admiração, quase uma veneração. Acompanho a sua
trajetória de vida desde 1960, na época eu estava com 13 anos de idade. Fidel,
com 34. Ele, o líder revolucionário mais admirado no chamado mundo periférico.
Posso afirmar, sem nenhum medo de errar, que também admirado em todo o mundo
desenvolvido. Pela classe operária, pela intelectualidade de esquerda, pela
juventude, por aqueles que tinham compromisso com um mundo justo e fraterno.
Naquele
momento havia uma grande mobilização internacional contra o colonialismo,
contra as guerras imperialistas, em defesa da autodeterminação dos povos. Fidel
encarnava essas bandeiras, símbolos de resistência ao domínio imperialista.
No
próximo dia 13 de agosto do ano em curso (2013), Fidel completa 87 anos de
vida, motivo dessas mal traçadas linhas. Ele nasceu no ano da graça de 1926.
Advogado formado pela Universidade de Havana e líder de uma Revolução
vitoriosa. Fidel é uma figura lendária que tem pontificado com sua
personalidade o cenário político internacional. Carismático, líder amado pela maioria
do seu povo. Mesmo contra a vontade da maioria do povo cubano, Fidel soube sair
da chefia do governo, quando a sua condição física não lhe permitia exercer
plenamente as funções de chefe de governo. Mesmo assim, continuou presente no
cenário político mundial.
Durante
todo o período em que governou a pequena ilha, Fidel resistiu à pressão da
maior potência capitalista do mundo contemporâneo (EUA), que desejava dobrar o
governo cubano e o seu povo aos interesses neocolonialistas do império ianque.
Por esse motivo sofreu todo tipo de atentado, escapando ileso das inúmeras
tentativas de assassinatos praticadas contra ele pelos agentes da CIA.
Vale
salientar que Fidel foi dirigente de um pequenino país latino-americano. Cuba é
uma pequena ilha localizada no mar das Antilhas, vizinha aos Estados Unidos,
sem grandes recursos naturais, além de sofrer, constantemente, a passagem sobre
a ilha de furacões e tornados que geralmente devastam parte do seu território,
causando sérios prejuízos ao povo e a economia cubana. Também, não podemos
esquecer que Cuba sofreu e ainda sofre um imoral bloqueio econômico, hoje com
menos intensidade, mas, ainda causando sérios danos à economia e a vida do povo
e do país. Apesar de tudo isso Cuba resiste e vai superando as suas dificuldades.
Sempre
que escrevo sobre Cuba gosto de lembrar que já estive lá por duas vezes, vi de
perto como funciona o país e o sistema socialista, sei de suas dificuldades,
conheço o entusiasmo e o nacionalismo do povo cubano. Um povo culto, com um
alto índice de profissionais com curso superior. Um país que fornece mão de
obra para América Latina e Caribe, com parâmetros de eficiência comprovados
pelos organismos internacionais nas áreas de educação, saúde e esporte.
Apesar
dos seus 87 anos, Fidel continua atento às questões internacionais. Sempre
estou lendo as suas reflexões, publicadas na imprensa cubana e na imprensa
internacional, são reflexões muito equilibradas. Ele é um homem muito culto,
inteligente, tem uma grande capacidade de análise política, sociológica,
filosófica e econômica dos fatos. Quem conhece Fidel, quem teve a oportunidade
de conviver com ele, de dialogar com ele, de trocar ideias com ele, fala
exatamente dessa capacidade de compreender o mundo. Fidel é um humanista por
convicção.
Quem
se interessar em conhecer melhor o velho Fidel, o mais importante e influente
líder político dos últimos sessenta anos, conhecê-lo sem as usuais distorções
feitas pela grande mídia controlada pelos serviços secreto do mundo
capitalista, principalmente pelo serviço secreto dos EUA, recomendo, entre
muitos livros escritos sobre ele, a leitura de dois livros: Fidel Castro –
biografia a duas vozes – do jornalista espanhol Ignacio Ramonet – Editora
Boitempo, 2006; e o livro Fidel e a Religião – escrito por Frei Beto. Além
disso, tem algumas entrevistas concedidas por Fidel a imprensa internacional.
Recomendo a entrevista feita em Havana no ano de 1986 por Roberto D’Ávila para
o programa Conexão Internacional, TV Manchete e as concedidas por ele ao
programa Roda Viva da TV Cultura e, por último, a concedida ao cineasta
norte-americano Oliver Stone em 2003. Com esse material se pode fazer uma
análise correta da importância desse grande líder latino-americano. Fica aqui,
o registro e a minha homenagem aos 87 anos desse grande líder latino-americano,
Fidel Castro Ruz, um cidadão do mundo, um revolucionário em defesa dos povos
oprimidos.
Antonio Capistrano é ex-reitor da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte (UERN) e filiado ao PCdoB.
***
Leia também:
Nenhum comentário:
Postar um comentário